Travessia Urbana

Obra da duplicação das BRs anda em ritmo acelerado

Lizie Antonello

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Passados dois meses do início dos trabalhos, a obra da travessia urbana chegou a 3% de execução. O índice parece pequeno quando se passa pelo trecho. Mesmo durante o feriadão de Carnaval, a obra não parou. No domingo, operários trabalhavam em vários pontos da duplicação, aproveitando o movimento menor de carros. O "Diário" percorreu os 14,5 km nas BRs 287 e 158, do Castelinho à ponte sobre o Arroio Taquara, perto da Ulbra, para observar como estão os serviços nos pontos onde há obras e ver onde as máquinas ainda não chegaram – em geral, nos locais onde deverá haver desapropriações.

Atualmente, os dois consórcios contratados atuam na limpeza, retirada de árvores, terraplenagem e drenagem em cinco pontos diferentes. Esses serviços representam em torno de 22% do total da obra. O restante compreende colocação de pavimentação e sinalização, além da construção de interseções, viadutos e pontes.

Ao longo de toda a BR-287, da Ulbra até o Trevo da Uglione, os serviços se concentram no lado direito da pista, no sentido São Pedro do Sul-Santa Maria. Já na BR-158, há trechos em que o trabalho é nos dois lados da rodovia. Em todo o percurso, placas nas laterais e cones no centro das rodovias sinalizam os trechos em que há homens e máquinas trabalhando. A única alteração permanente no trânsito é a interrupção do acesso à BR-287 pela Rua Padre Kentenich, no bairro Cerrito. Onde há obras, pode haver interrupções parciais momentâneas do tráfego sinalizadas pelos trabalhadores.

Além das intervenções, as empresas também estão elaborando os projetos executivos que preveem o detalhamento das atividades, o que é feito durante o andamento do trabalho. Isso porque a modalidade de licitação foi por Regime Diferenciado de Contratação (RDC), em que se contratam a elaboração dos projetos e a execução das obras em um mesmo contrato.

Dnit não fala em cortes

A Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Estado não comenta sobre a possibilidade de os cortes do governo federal atingirem a obra. Mas confirma que o órgão está revendo todos os contratos no país para fazer os ajustes de valores necessários, diante do reajuste de 37% no preço do asfalto. Ou seja, não descarta aditivos ao valor inicial, de R$ 309 milhões.

Remoção de imóveis segue indefinida

A empresa que fará a consulta especializada em gestão ambiental para a obra da travessia urbana ainda não foi contratada. O Dnit analisa os documentos da vencedora da licitação e, se tudo estiver certo, assinará o contrato. Enquanto a contratação não é efetivada, não há definição sobre quando e como as desapropriações serão feitas. Só o que se sabe é que cada caso será analisado, e nem todos os moradores ou empresários removidos terão direito a indenização.

Os vereadores de Santa Maria marcaram para esta quinta-feira, às 19h, na agência da Caixa Econômica Federal no Parque Pinheiro Machado, uma reunião entre o Dnit e os moradores possivelmente atingidos pela obra.

O contrato com a empresa responsável pela gestão ambiental prevê ainda a criação e manutenção de um site onde a população poderá acompanhar a obra. A empresa montará uma equipe com advogados, assistentes sociais e engenheiros, para monitorar a retirada das casas e empresas construídas na faixa de domínio do Dnit e atender a população atingida. É o caso da dona de casa Marfisa Correia Loreira, 66 anos, que mora há 17 anos em uma casa que fica a cerca de dois metros do acostamento, perto do Trevo da Uglione. A idosa diz que ainda não foi procurada para tratar da desapropriação, mas está ansiosa:

– Já que vou ter que sair daqui, que seja logo.

A moradora não soube dizer quanto vale o imóvel nem o terreno de 130 metros quadrados. Mas espera que o dinheiro dê para comprar uma casa em um local mais seguro.

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